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Jomateleno Acaba com as Pegadinhas na Televisão


O SBT anunciava a cada intervalo o “pulo da morte”. No aqui Agora dez minutos de câmera aberta para o suícido de Daniele Lopes Alves, de 16 anos, que saltou do 7.º andar de um prédio no centro de São Paulo. Foi assim, nesse esquema inconseqüente e sensacionalista, que a servente de escola Laerce Tobias Alves soube que sua filha morrera em 5 de Julho de 1993.

Hoje, Laerce conta que aquele dia ficou marcado como o momento em que TV devassou sua vida. Ela e seu então marido, o técnico de obras Gilberto Lopes Alves, foram levados por um repórter do Aqui Agora uma delegacia, sob o argumento de que algo ocorrera a Daniele. Lá, diz Laerce, os dois tiveram sua reação à notícia filmada, foram maltratados e responsabilizados em público pelo suicídio.

O processo por invasão da privacidade da dor do casal rendeu contra o SBT uma indenização por danos morais de R$90mil. Dinheiro que não serviu para nada, conta a servente, pois os danos causados pela exibição do incidente foram muito maiores. “Eu queria guardar o dinheiro para a minha caçula fazer faculdade”, diz. “Mas os gastos que estamos tendo com psicólogos é grande”.


Espetáculo – Laerce conta que tem feito terapia e paga um psicólogo para a filha Luciana, de 14 anos. Na época da tragédia, Luciana tinha 8 anos e viu várias vezes na TV a cena de sua irmã pulando. “Não entendo como eles puderam transmitir um suicídio como se fosse um espetáculo”, diz ela. “Eles não exibiram só a morte de uma menina, eles mataram uma família inteira por dentro”.

Menos traumático que o caso de Laerce, o casal Jorge Pires Fernandes e Regina Bianco Quintero também foi vítima de invasão de privacidade em 1995. Adriane Galisteu, na época apresentadora do Ponto G, na CNT, invadiu a festa de casamento dos dois e fez uma série de piadas que os noivos consideraram de mau gosto.


Adriane e a CNT tiveram de pagar indenização por danos morais ao casal. Adriane diz que desembolsou R$ 50 mil com a “brincadeira”. Ela confirma a invasão, mas diz que tudo não passou de um mal-entendido. “Foi justo o processo por invasão, mas não deveria ser eu processada porque o diretor (Billie Bonde) garantiu que estava tudo acertado com o noivo”, alega Adriane.


Pegadinhas – As “pegadinhas” da TV já ganharam uma associação contra elas. Criada no fim do ano passado pelo advogado Jomateleno dos Santos Teixeira, a AVA (Associação de Vítimas de Artistas) já atendeu 15 vítimas de “pegadinhas”.

Para ele, o que falta para a população é informação sobre o que a TV pode ou não fazer com vida delas. “Tenho o caso de um devedor que alega que nunca mais foi respeitado por seu clientes depois que caiu numa dessas pegadinhas”, conta. “São muitos os prejuízos causado por essas brincadeiras de mau gosto”.

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